Usam de confusão com pó
No chão da multidão tão só
Mistura de orgulho e ar
Procura de barulho e bar
Despensa de milagre, céu
Doença é vinagre e fel
A massa em movimento igual
Amassa sentimento e mal
Cigarro desencontra o pão
O carro desce em contramão
Sem Cristo, sem razão ou fim
No misto que faz "não" ser "sim"
Cachaça, podridão, azia
Desgraça, vida tão vazia
A cada iluminada, um breu
Um nada, no outro nada deu
Vida sem Deus
Escada com final no degrau do pó
Vai descendo de nada em nada
Até a morte, um nada maior
Se este mundo não lhe deu em nada
Ou nada que deu não dá mais
Deixe esta vida moderna, assustada
Que a vida eterna dá paz