Saga (Wilson Teixeira)
A lua luou , o vento ventou a saudade pra longe daqui
Vou riscando de espora nas trilhas do mundo na saga rumo a mim
Nas esquinas da vida eu planto sementes que trago lá do meu sertão
E a cada tropeço eu aprendo e carrego a lembrança nos calos da mão
Nesse fado violado de mágoa eu uso a viola pra remediar
Ainda tenho no rosto o riso sereno daquele que sabe aceitar
Esse riso cheio de vazio é o mesmo da primeira decepção
E que espera ansioso o momento da massa do povo comer do meu pão
De todo esse universo eu sou cidadão
Cidadão do mundo , sou de qualquer chão
Faço da viola meu trabalho , dos teus olhos meu abrigo
Minha vida em procissão
Uso de maneira absurda os acordes mais perfeitos
Pra tamanha imperfeição
A prosa prosou , o verso versou a saudade que brota de mim
Vou riscando de espora nas trilhas do mundo na saga rumo a mim
Nas esquinas da vida eu planto sementes que trago lá do meu sertão
E a cada tropeço eu aprendo e carrego a lembrança nos calos da mão
Todo esse mistério que se vê no ar
Só meu Deus do céu me faz acreditar