(Uma sombra de carreta
Que o sol desenhou
Comprida
Ergue o pescoço dos fueiros
Na direção do nascente
Alongando as paisagens
e os caminhos de uma vida
que há muito ficou perdida
Na alma de muita gente)
Teu rodado cambaleante
Tem léguas de solidão
As tristezas das estradas
Que os herdeiros da saudade
Ajojaram a distância
Que se fez transformação
Quando lembranças são sombras
Que vão crescendo na tarde
Quando lembranças são sombras
Que vão crescendo na tarde
Tapejaras pensadores
Donos do próprio destino
Fizeram história ouvindo
O chio da chaleira preta
Na faculdade campeira
Onde tiveram ensino
Sob uma lua de prata
Ou na sombra da carreta
Foi num fogão carreteiro
Que o Rio Grande conheceu
Um hino de liberdade
A cada mugido de boi
quem iniciou o progresso
Hoje dele se perdeu
Só tem nos olhos a sombra
Da carreta que se foi
Só tem nos olhos a sombra
Da carreta que se foi
Do cerne de sua carcaça
Restaram algumas madeiras
Assim como uma tronqueira
Ficada da evolução
Sustentando o tempo velho
De uma vida desbotada
Com a carreta guardada
Na sombra do coração
Tapejaras pensadores
Donos do próprio destino
Fizeram história ouvindo
O chio da chaleira preta
Na faculdade campeira
Onde tiveram ensino
Sob uma lua de prata
Ou na sombra da carreta
Foi num fogão carreteiro
Que o Rio Grande conheceu
Um hino de liberdade
A cada mugido de boi
quem iniciou o progresso
Hoje dele se perdeu
Só tem nos olhos a sombra
Da carreta que se foi
uma sombra de carreta
Na sombra do coração