De toda África até
de Guiné-Bissau
Navios negreiros
São de Portugal
Muitos faleceram
Porão sobre o mar
Rancor e tristeza
Pré-escravizar
A corte patrícia
Colonizadores
Incitaram o batuque
Brados e tambores
Terras e seus donos
No escuro e na luz
Índios e sua Ilha
de Vera Cruz
Muita melanina
Ancestral me ensina
A Deus, só clemência
Adeus sobrevivência
É Bope ou Pm
Carregado pente
no à margem
Pegou em inocente
Sobre o pente fino
Sobe mato e morro
Morador já pensa
"Me protejo ou morro"
Tempo de eleição
Neguinho é iludido
Em tempos de caos
Aparenta bandido
Devido respeito
Ar de utopia
Presente e futuro
da periferia
Encaram paradas
Que até Deus duvida
Revista na esquina
Prisão na subida
"É trabalhador! "
Grita a vizinhança
O que os olhos vêem
Assusta a criança
Foi um mal-entendido
Sem retratação
Apenas porque
Tinha cor de ladrão
Enquanto se enganam
O negro se cansa
Emicida o resgata
Com a Boa Esperança
Somos todos iguais
Só na teoria
Discriminação
Tu vê todo dia
Meio milênio na fé
De subir no pódio
Dar cabo ao ódio
Próximo episodio
É São Paulo, É Rio
Nordeste, Gerais
Racial maioria
Não aguenta mais
Do velho José
Ao safo moleque
Sorriso-osmose
Orgulho black
Crespo sim, senhor
E cachos ao vento
O ciclo renova
A cada rebento
Os nigga nas rima
B'boy igual pião
Cris Vianna chega
Chamando atenção
Não mais coadjuvante
Assimila essa fita
Era Pretogonismo
Ele É Pretagonista
Novela e na vida
África-Brasil
Salve, minha gente
Assinado Will