Lá vem aquela íngua
Osso duro de roer
Sem qualquer trava na língua
Se quiser pague pra ver
Lá vem aquela moça
Esbelta e jovial
Com nariz empinado
E olhar senhorial
Como ela é decidida!
Sempre sabe o que faz
Um exemplo de vida
É guerreira e corre atrás
Lá vem aquela íngua
Por muitos é temida
Pela língua afiada
Porém, também é tida
Por boa camarada
No fundo é justiceira
Não lhe pise em seus direitos
Ela vira barraqueira
E lhe mostra os seus defeitos
Lá vem aquela íngua
Ela é dose pra elefante
É mesmo uma parada
Pelo povo, ao mesmo instante
É amada e odiada
Quero tê-la como amiga
Por toda a eternidade
Pra não ser alvo de intriga
Que venha dessa beldade
Lá vem aquela íngua
Quem avisa, amigo é
Eu lhe dou esta certeza
Quem pega em seu pé
Rema contra a correnteza
É bom que se peça ao papa
Que canonize o marido
Pois não existe no mapa
Um mártir tão carecido
Lá vem aquela íngua