O nosso verbo sempre teve ligação
E eu pedia a Deus pra não quebrar nossa oração
Tudo nosso sempre teve alguma explicação
Aposto que o aposto agora é só contradição.
Parecia até um mandamento, tão normal
Você sempre ser meu complemento nominal
Parecia até o meu pilar fundamental:
Eu era sempre no plural.
Quem escreveu nossa sentença assim?
Com dois sujeitos, predicado, enfim
Nosso passado tão perfeito, ai de mim,
Hoje chegou ao fim.
Foram tantas regras, e eu buscando a exceção
Feito um objeto indireto em tuas mãos
Falta concordância, falta comunicação
Aposto que o aposto agora é mera distração.
Pelas entrelinhas, meus pronomes são iguais,
Sempre possessivos, relativos e banais
Foram tantas vírgulas, hiatos menos mal:
Agora é só ponto final.
Quem escreveu nossa sentença assim?
Com dois sujeitos, predicado, enfim
Nosso passado tão perfeito, ai de mim,
Hoje chegou ao fim.
Amor reflexivo sempre vai além:
Indicativo de que sigo bem
Desconstruindo o que a paixão ergueu
Amor, o vocativo hoje é ninguém
Não tão altivo, mas eu sigo bem
Desconstruindo o que a paixão ergueu
Ontem só nós, hoje só eu.