Eu desconheço o meu espaço e me desfaço em pó
Pedaços tristes, tantos laços, me desfaço só
Me encosto, desgosto
Me entrego a fatos vis
Disposto, incerto,
Renasço por um triz
Desabo num castelo de areias movediças
Afogo um pé, e o corpo vai de efeito dominó
Desmoronado, cedo-me às malícias
E n'outro dia, sou alguém melhor
Talvez melhor, quiçá, alguém maior
Quem sabe o que é esperar um fim de si?
Talvez pior - será? - "num sem porquê"
Quem sabe o que é morrer
De ver o sol partir?
A minha voz
Reaparecerá
E a afonia finda em arco-íris
Íris mira o horizonte
Ao longe, um ruído enganará
Em sons de diversão,
Tímpanos ouvem melodias-solidão
Eu reconheço, quando passo, o passo em nuvens de algodão
O esconderijo a céu aberto é mais esperto e são
Escolho, no espelho,
A ver reflexos vis
Disposto, desperto,
Renasço por um triz