Lembro do tempo
Das mãos calejadas
Do sol que só observava
Corpo enfaixado
Velho escapulário
E um pouco de água do lado
Facão na mão
Suor pingando o chão
Ir aos poucos abrindo um clarão
Lembrar da fé
Permanecer de pé
Fim do dia
Rever a mulher
Chegava tarde
Pele castigada
Meninos deitados no berço
Saía cedo
Crianças dormindo
Coração partindo em meu peito
Coivara
Fumaça na cara
Cachaça
Esquecer que a vida não pára
Coivara
Deus via o que se passava
Terei o que sempre esperava
Um canto, mulher, filharada
Um rádio e a roça regada.