Pelas ruas e avenidas
Corre sangue, corre vida
Vidas que pulsam, vidas contidas, vidas perdidas
Por trás dos vidros dos carros e prédios
Da lente escura, a dor e o tédio
Cenas de gente abandonada e sem remédio
Tranque sua porta,
Ligue seu alarme
Solte seu cachorro
Hora dessa a fome
Vem cobrar da gente
E não vai adiantar pedir socorro, socorro, socorro
Triste cena nos faróis e esquinas
Indigentes, loucos, viciados
Não adianta mudar o olhar, pois do outro lado tem um punhado
Se existe dor que corta a alma!
Mais que dor de ouvido ou de dente?
É a dor da fome que não espera, ela não mente