quando já é madrugada
mexe o trinco da porta
eu dormindo sossegado
e você chegando torta
penso ser troço mandado
pois a coisa anda solta
desmilinguida na escada
você parecia outra
estava doida varrida
farrapo trapo danada
esparramada caida
tendo que ser carregada
o que que faço com isso
perguntava enquanto olhava
para você estrupício
que gemia delirava
de palhaçada já chega
muito a troco de nada
sou eu quem segura a bombas
quando você xinga os guardas
amanhece com ressaca
não consegue abrir as pálpebras
umas nas outras coladas
parecendo que tá morta
passou da medida chega
transbordou o copo d'água
pra que que quero quem chega
quando já é madrugada
acordando o mundo inteiro
vomitando na calçada
pra que que quero quem chega
e já não presta pra nada