O chamavam bola de fogo
Apesar de não queimar
Tinham medo e se escondiam
Apesar de não ferir
O trancaram no escuro
Esperando ele apagar
Mas a escuridão clareia
Se uma chama existir
Se soltou na escuridão
Se entregou, abriu a mão
Foi ficando bem pequeno
Virou um ponto de luz
Ao provar desse veneno
Compreendeu a própria cruz
Escapou por uma fresta
Tão pequeno que ficou
Conseguiu fugir sem pressa
Pois ninguém o enxergou
Retomou a sua forma
E brilhava como o sol
No alto da montanha
Se formou um arrebol
A visão era ofuscada
Claridade sem igual
Só ouviram uma voz
De tremer qualquer mortal
Suportei a escuridão
Vamos ver quem é capaz
De suportar o meu clarão