Tenho saudade dos meus onze anos
Quando morava no interior
Vivia sempre alegre cantando
Não conhecia nenhum dissabor
Bem cedo ia brincar nas campinas
Sem levar no peito nenhum amargor
Enfrentava tudo, orvalho e neblina
Correndo feliz nos campos em flor
Eu sempre ia com os coleguinhas
Fazer pescaria lá no ribeirão
Quando pegava alguns peixinhos
Fazia fieira e trazia na mão
Também gostava de ir jogar bola
Brincar de mocinho e rodar pião
E não deixava de ir na escola
E muito contente fazia a lição
Quanta saudade
Sinto da terra onde me criei
Da menininha, meu amor primeiro
E dos companheiros que eu lá deixei
A minha infância que foi tão feliz
Eu lembrarei toda a minha vida
Mas certo dia o destino quis
Que eu deixasse a terra querida
A palmeira onde eu brincava
Chorou na hora da minha partida
Suas flores caíram dos galhos
Como quem derrama lágrima sentida
Ao despedir dos companheirinhos
Emocionado eu chorei demais
Ao ver o pranto em seus olhinhos
Como cristalinas gotas de cristais
Aquela cena que calou tão fundo
Da minha mente não se apaga mais
Posso ir até no fim do mundo
Mas da minha infância esquecerei jamais
Quanta saudade
Sinto da terra onde me criei
Da menininha, meu amor primeiro
E dos companheiros que eu lá deixei
Da menininha, meu amor primeiro
E dos companheiros que eu lá deixei