Quanta saudade eu estou sentindo agora
Meu pensamento percorrendo a imensidão
Vejo na mente tudo que deixei outrora
Só resta agora para mim recordação
Me lembro ainda a casinha de madeira
No pé da serra longe da povoação
Onde meu pai era peão de boiadeiro
E o meu tio era carreiro do patrão
Vai, vai boiada, no passo lento arrastando o carretão
Vai, vai boiada, vai conduzindo o meu pobre coração
Velho carreiro que se foi a muito tempo
Eu peço a Deus que lhe dê a salvação
Seu velho carro por alguém foi esquecido
E corroído lá no fundo de um galpão
Há muitos anos você foi o braço forte
E conduzia o empregado e o patrão
Mas com o tempo tudo foi se evoluindo
Também sumindo com o carreiro do sertão
Porém agora está tudo diferente
Com o progresso e a grande evolução
Com o transporte do expresso boiadeiro
Chegou ao fim todo o trabalho de um peão
Quando eu recordo ouvindo o som de um berrante
E a boiada levantando um poeirão
Eu não suporto choro de tanta saudade
Tempo saudoso só ficou recordação