Os pés descalços, a friagem do vento
O ar que eu respiro já não é o mesmo
Na lareira a chama esquenta o pensamento
O calendário marca a vinda de outro outono
E lá fora a brisa sopra e leva a folha em cheio
Assim como me cai o último fio de cabelo
O tempo passa por mim me fere a pele
O ponto não passou ainda estou aqui
O tempo passa por mim me fere a pele
A fonte não secou ainda estou...
Minha face enrugada, a ferrugem do tempo
Os escombros da idade refletem no espelho
Sigo em frente ao norte sem usar os freios
Subo e desço escadas, vou num só esforço
Conduzindo vales onde mora o meu receio
Grito em dó e o eco sai pelo avesso
Avança que a velocidade oscila mas não para
Descansa na saudade a minha pressa agora perde a fala