Onde estou?Que horas são? Que dia é hoje? O que vou
fazer?
A fome aperta, o frio me abraça e nessa multidão
ninguém me vê
Pernas cansadas, vista embaçada, pedir esmola, me
humilhar.
Depois eu me deito na primeira calçada que vejo sem
saber se amanhã
Vou acordar!
Aprendendo a cada dia o preço dessa honestidade
Excluído, apagado, pisoteado pela sociedade
Talvez com uma arma na mão ganhe respeito e proteção
Sua superioridade cairá na frente de mais um ladrão
Covardes demais, ironizando a paz, vejo vocês domados
pela ambição.
Tirando de nós, todos confortáveis, elaborando mais um
mensalão.