participação de Jaime Vogeler
Meu sabiá, meu sabiá
Não quer mais cantá
Não quer mais cantá
Pois a noite é escura
Pois a noite é escura
Não se vê luá
Não se vê luá
Tá fazendo ninho
É pra descansá
Sô cantado, já cantei na minha terra
Fica lá em riba da serra
Dos lados do lagamá
Eu comecei no primeiro de janeiro
Cantei doze mês inteiro
Só parei lá no natá
Meu sabiá, meu sabiá
Não quer mais cantá
Não quer mais cantá
Pois a noite é escura
Pois a noite é escura
Não se vê luá
Não se vê luá
Tá fazendo ninho
É pra descansá
Eu quando vejo uma cabôca perfumada
Com a cabeça enfeitada
De flor de maracujá
Pego no pinho e meu coração no peito
Passa pro lado direito
Com vontade de sambá
Meu sabiá, meu sabiá
Não quer mais cantá
Não quer mais cantá
Pois a noite é escura
Pois a noite é escura
Não se vê luá
Não se vê luá
Tá fazendo ninho
É pra descansá
Por causa duma caboquinha que eu conheço
É que eu sofro e padeço
E passo a vida a cantá
Quando ela passa co lencinho no cangote
Meu coração dá pinote
Qué saí pra acompanhá
Meu sabiá, meu sabiá
Não quer mais cantá
Não quer mais cantá
Pois a noite é escura
Pois a noite é escura
Não se vê luá
Não se vê luá
Tá fazendo ninho
É pra descansá
Quando eu morrê eu quero morrê cantando
No meu pinho rasqueteando
Inté o peito arrebentá
Meu coração quando ele ficá sozinho
Há de ir pelos caminho
Inté pode tê encontrá
Meu sabiá, meu sabiá
Não quer mais cantá
Não quer mais cantá
Pois a noite é escura
Pois a noite é escura
Não se vê luá
Não se vê luá
Tá fazendo ninho
É pra descansá
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)