Vai a luta soldado, veste a armadura e sobe a montanha
A vida é dura pra chegar no topo
Cuidado com a armadilha que te abocanha
É o fim de jogo, na parede a mosca presa na teia de aranha
Na rede eu não vou jogar filé mignon pra piranha
Com sede passei pelo vale da sombra
Voltei com a faca no dente
Matei a serpente, sedento eu vim com fome
Sem pensão, do meu pai eu só tenho o sobrenome
Eu desapego, mas eu carrego essa cruz
Será ilusão? chega de devaneio que seduz
Eu piso no freio e reduzo, eu não sou conduzido, conduzo
Sem ressentimento, é o eterno retorno, pensamento maduro
Sem transtorno, lembro do passado pra não repetir no futuro
Tudo foi aprendizado, selvagem pulei o muro
Passei pelo campo minado, na coragem
Naveguei pelo mar impuro
Mudei de vila, modo de vida cigano
Um dia tudo fica escuro
Igual o final de Família Soprano
Valeu, pra mim aprender, e não me prender
Foi depois da decepção
Que eu fiquei livre pra viver
E não viver a sensação do que não vivi
Se eu não morri, me fortaleci pra lutar
Me libertar, é provocação, é o clube da luta
Prisão, é a convicção da verdade absoluta
E a propagação da mentira
Me tira da zona de conforto
Prevendo briga pra quem me olha torto
Resolvendo intriga no mundo moderno
Escrevendo com a caneta verso no caderno
Eu não quero dominar o planeta
Eu já tenho o meu universo interno
Não procure a perfeição, busque evoluir
Acorda antes do fim, tu não recorda de mim
Mas eu não esqueci a tua ingratidão
Antes de construir, eu preciso desconstruir
É auto destruição