Sonhei nas longas noites em cabrestear manhãs
Tranquear sereno, de tiro, nos corredores
Sarar as dores bastereadas que provei
Seguir pingando sal no trote das tardes quentes
Nortear estradas de cardeais pelo poente
Molhar o lombo dos ressábios que encilhei
Mudei os quatro tempos que a vida fechou conta nas talhas
Ganhei a lua que a noite entregou por medalha
Abrindo o rastro quando o sol levanta o pó
De muda, trago a solidão por ser eu só!
Levou de rédea curta pelas margens do espinho
Cuidar as pedras que se mostram no caminho
Pois nunca paro, mesmo se o casco quebrar
E sou cavalo bueno pra quem sabe dar confiança
Seguindo firme no infinito que a alma alcança
De quem não tem o direito de cansar