Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim, todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar
Igual a tudo, quando eu passo num subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem, de algum lugar
Aí me dá uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples, com cadeiras na calçada
E na fachada, escrito em cima que é um lar
E na varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu não creio, peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar
Teus olhos
São duas contas pequeninas
Qual duas pedras preciosas
Que brilham mais que o luar
São eles
Guias do meu caminho escuro
Cheio de desilusão e dor
Quisera que eles soubessem
O que representam pra mim
Fazendo com que eu prossiga feliz
Ai, amor
A luz dos teus olhos