Não acredito em playboy sensível
A causa e pacifismo sobre natural
Vim pra vingar o sangue
De cada ancestral
Ler o laudo do legista
Mas não ouve o que nós canta
Organismo sem contato
Com alimento a mais de uma semana
Sem frederick angels
E sem karl marx
Desde o parto no barraco
Já sabe o que é luta de classe
Filho da faxineira
Que cria o filho de vocês
Sem dinheiro pro neston
No 6º dia útil do mês
Pro empresário poder foi dado
Quantos enterrado
Ou 1ª vez na escola
Prestando serviço comunitário
Fabricado pelo estado desigual da tirania
Pra ser a vida cantada em rap
Ou estudo pra monografia
Dorme no chão gelado
Sonha com a palavra do pastor
Esperando o Deus que dá o frio conforme o cobertor
Igual ter um herói pisando na calçada da fama
Na campanha canta em tom
Pra erradicar a miséria africana
Bala de borracha na patricinha
Agora é pauta poder da polícia
Bala de teflon vara as costas na quebrada todo dia
Rosto desfigurado última vez tomando enquadro
Corpo reconhecido nome da mãe no ante braço
Se o direito a não ter direito cava mais trincheira
Ausência de livro intensifica fabricação de bomba caseira
E se a caridade pro mendigo for a sopa envenenada
É pela favela que a quadrilha tá formada
A sede é de vingança
Protesto sem teoria
Cada gota de sangue derramada é por justiça
Convocação pra guerra, só periferia
Nenhuma morte em vão
Formação de quadrilha
Aqui nós interpreta sofrimento desde o maternal
Pra ter atendimento prioritário no hospital
E a mãe paga a prestação do caixão do filho vivo
Caso raro de um soldado que vai ter um enterro digno
Essa é a realidade que não vai ser maquiada
Convocação show na garagem com quadro do che guevara
Na prática, o plano individual de atendimento
É tortura dos a gente pra servir de passatempo
Pra que rinha de galo com o sistema sócio educativo?
Inimigo na mesma cela pra mediar de conflito
A bússola aponta pro norte, tática militar de guerra
A ação do dam mitrione sempre vai ser na favela
Onde a lágrima e o sorriso se misturam com a tragédia
Tem pega-pega, tanque de guerra, campo de terra e droga sintética
E do outro lado a disney, não evita o quadro clínico
Da princesinha sob efeito de antidepressivo
Dinheiro não compra a liberdade, nem coração mecânico
Mas incentiva os peritos em causar síndrome do pânico
Na ponta do seu nariz um oitão carregado
Ou por ter perdido o debate pro descendente de escravo
Que não se alia com político, que se foda sem comício
Resistência na perifa é contrato vitalício
Exército anti-farda, luta anti-gravata
Enquanto houver injustiça a quadrilha tá formada
A sede é de vingança, protesto sem teoria
Cada gota de sangue derramada é por justiça
Convocação pra guerra, só periferia
Nenhuma morte em vão, formação de quadrilha
Mais dolorido que a sentença, mais apertado que as algemas
É que a falta das maria vira presença das tereza
O sonho é eternizar os alvarás de soltura
Pros manos que saíssem jamais voltassem pra papuda
A mina esquecida, sem visita na penita feminina
Toda a abelha na colmeia tem potencial pra ser rainha
Registrado! não vem pagar de lado a lado
Me diga de onde tu vens que eu direi se lutarei ao teu lado
Catatau, funeral, dizer a real é radical
Mas eles só vieram depois do asfalto na principal
Justiça é vitória, protesto é escória
Mais que rap, contemporâneos livros sonoros de história
A ambição da minha mãe não foi rubi, esmeralda
Foi uma mesa, um almoço pra ver sua cria alimentada
Lembrança que não apaga, nem cacete, nem choque
Pra entregar marmita proibido de entrar no shopping
Quer dirigir carro importado? manobrista em hotel
Pra quem só herdou dívida o limite não é o céu
Pra mobília da minha casa, acorrentado, calado
Só com nome do patrão pra aprovar o crediário
A mentira tá extinta da narrativa da quadrilha
O que nós sente na pele, pra vocês é teoria
Atenção pro objetivo, palavra por palavra
Que a arma disparada
Não seja quebrada contra quebrada