Um caipira empolgado
Resolveu vim pra cidade
Abandonou seu rincão
Em busca de novidade
Quando ele aqui chegou
Ficou muito assustado
Com o chão coberto de asfalto
E prédio pra todo lado
Vendo as noites sem estrelas
E o céu enfumaçado
Deu saudade do sertão
Onde o céu é iluminado
E no despertar da aurora
Ele se pôs a chorá
Só por não ouvir o canto
Do maestro sabiá
O que mais achou estranho
Foi o povo do lugá
Essa gente apressada
Sem tempo pra conversá
Pasmado ficou olhando
Fazendo comparação
De um estouro de boiada
Correndo sem direção
Infelizmente o caipira
Vai ter que se adaptá
Com essa vida agitada
Correndo pra lá e pra cá
Sonhar na vida é preciso
Faz parte do ser humano
Foi sonhando que o caipira
Cometeu seu grande engano