Tudo é transparente quando olho no espelho
Não vejo o reflexo, só imagino o veio jorrando de minha veia criativa
É mais um dia, amanhece
O jornal está aberto e as palavras me observam
Não entendem o motivo de vagarem pelo ar
Notícias escorrem pelo canto como sangue
Ou como lágrimas que caem do meu globo ocular
Eu mal acordei e a miséria chega aos meus ouvidos
Vendendo bala de café
Correndo atrás do prejuízo
Os ruídos da cidade desviam minha atenção
É o coro de buzinas, vozes e transpiração
Me pergunto qual o sentido de tentar se manter são ,
Se o corpo e o espírito há muito já não são
Eu cato os meus pedaços antes de sair
Vou em busca dos meus sonhos mesmo sem dormir
Hoje não é domingo e o comércio não abriu
Para Respeitar aquele que partiu
Respeito adquirido com base na intimidação de uma sociedade que endossa a exclusão
Criando o ambiente certo para proliferação da violência que atinge uma parte da nação que não tem para onde correr pra fugir da confusão
Não tem a quem recorrer pra buscar uma solução
Trocou a guarda da Favela
muito sangue escorreu
uma mãe chora na laje a dor do filho que morreu
quantas vidas ainda serão desperdiçadas pra alimentar esse circo de Horror
Até que ponto você acha que o sistema é responsável em promover esse terror
Eu cato os meus pedaços antes de sair
Vou em busca dos meus sonhos mesmo sem dormir
ÁLBUNS