Sentado na grama, numa noite calma
lembrei minha terra
Fazenda azulada, que está situada
lá no pé da serra
Lembrei minha gente que fica contente
ao me ver chegar
Senti dor no peito, não teve outro jeito
resolvi voltar
Rever com saudade
o chão que pisei pela vez primeira
Rever os amigos que em minha carreira
Me deram coragem para decidir
Sentar num banquinho
com meus velhos pais com a viola afinada
Cantar um versinho junto à passarada
Contente sentindo o anoitecer surgir
Não há minha gente terrinha mais quente
que onde nasci!
O povo é amigo. Quem tem inimigo mudou-se dali
Tem briga de galo, de boi e cavalo
mas de homem não
Todos têm valia, mostram a valentia
nos calos da mão
Ao som de pandeiro, sanfona e violão
todo mundo dança
Enquanto na tolda a lona balança
Dando testemunho do vento a soprar
As velhas zelosas
ficam num cantinho olhando a moçada
Isqueiro na mão, sempre preparadas
E o lampião não deixam apagar
Domingo é bonito
ouve-se um grito de louvor ao Pai
A cidade é perto e em rumo certo o povo se vai
Chegando na igreja
pede a Deus que seja sempre o protetor
Daqueles que O amam e Seu nome chamam
com fé e amor
Depois lá na praça
todos se encontram para conversar
O papo é gostoso, demora acabar
Para os namorados não tem coisa igual
Por isso é que eu digo
preciso sentir o sorriso ardente
Que brota dos lábios desta minha gente
Fazendo do mundo berço divinal