Chegará o dia
Em que o leão dormirá com o cordeiro
E eu deixarei de ter na língua
Sempre um projéctil certeiro.
E eu deixarei de ter na língua
Sempre um projéctil certeiro.
A humanidade já tem
Tão pouco de ser humano
E quanto mais tento repará-la
Muito mais depressa me esgano.
E quanto mais tento repará-la
Muito mais depressa me esgano.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
Quando penso no futuro
Só vejo desolação
Ai ai ai meu país cheio de sonhos,
Não há quem te agarre a mão.
Ai Portugal meu país cheio de sonhos,
Não há quem te agarre a mão.
Mas há que te alumie
E não te deixe cair em tropeço
Mesmo que com fome e sede,
Assim de ti me despeço.
Mesmo que com fome e sede,
Assim de ti me despeço.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
(Não terão mais sangue...)
(Não terão mais sangue...)
(Não terão mais sangue...)
(Não terão mais sangue...)
[Falado:]
E as tuas mãos não terão mais sangue.
E as tuas mãos não terão mais sangue.
E as tuas mãos não terão mais sangue.
E as tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue.
As tuas mãos não terão mais sangue