Sou céu, sou terra, sou mar
sou vento xucro do pago
sou brasa, cinza e tição, sou guampa
cheia de trago
sou tropa rondando a cerca
sou chifre do touro brabo
sou arado, sou carreta, sou pingo de trote largo
sou erva, cuia e chaleira
sou gosto do mate amargo
Sou indio xucro e borracho
chorando em busca de afago
sou indio xucro e borracho
chorando em busca de afago
Sou brete, sou a mangueira
sou marca marcando o gado
sou campo aberto sou mato
sou tarrã lá no banhado
sou tapera abandonada, sou corredor assombrado
Sou rodeio e carreirada, sou o potro mal domado
sou o peão mandalete, sou mourão do alambrado
Sou herança, sou saudade, das tradições do passado
sou herança, sou saudade, das tradições do passado
Sou a lua prateada, sou a noite de verão
sou boi tatá lendário, sou guasca na solidão
sou palacete, sou casa, sou o rancho beira chão
sou o gaúcho largado, sou fandango de galpão
sou grito de liberdade sou lança firme na mão
Eu sou a chama crioula, sou a própria tradição
eu sou a chama crioula, sou a própria tradição
eu sou a chama crioula, sou a própria tradição