Cambona de lata a bomba de prata e a cuia na mão
Olhar no horizonte perdido no ontem de alguma canção
E todo resgate na hora do mate termina em canção
Na voz a razão e no peito a emoção
Um tombo na erva e o mate conserva o mesmo sabor
Talvez se consiga mais uma cantiga falando de amor
E na madrugada com a erva lavada no meu chimarrão
Vem a inspiração pra cantar o meu chão
Este é o rio grande que eu falo, peão e cavalo
Cantiga de galo e um fogo de chão
Em mais um dedo de proza com a morena rosa
Que baita emoção
Sentir o sereno batendo no rosto com a ventania
Bebendo o veneno da geada de agosto no clarear do dia
E na primavera que o clima tempera tem outra energia
Outra lida inicia, se bamo a tosquia
Pra o peão lá da estância
Não tem importância não ter moradia
O que ele precisa é o que ele utiliza com a montaria
O pelego é a cama e a prenda que ama lhe faz companhia
Se não tem moradia, sempre tem poesia