Todo dia da minha janela
Eu a via passar
Cheia de orgulho no peito
E vaidade no olhar
Por saber que por ela eu vivia
Morrendo de amor
Desprezava, sorria e zombava
Da minha dor
No conhaque traçado e no vinho
Eu me afogava
Esquecia o mal que me fez
E a dor se apagava
Na esperança que o tempo fizesse
Ela um dia notar
Que eu vivia naquela janela
A lhe esperar
Certo dia a notícia correu
Ela havia partido
Com alguém que promessa lhe fez
De um mundo melhor
Eu que tinha somente pra dar
Meu amor, meu carinho
Sufoquei minha mágoa em meu quarto
Chorando sozinho
Mas no fundo eu queria
Que ela fosse mais feliz
Que esse alguém lhe fizesse o bem
Que eu tanto lhe quis
O tempo correu e a vida mudou
Numa noite de frio eu a vi
Na esquina do amor
No conhaque e no vinho
Outra vez me afoguei
E naquela esquina da vida
Nunca mais eu passei