Ele tinha quase tudo
E eu quase nada
Tinha histórias pra contar
E eu não contava nada
Tinha histórias de sua vinda de um país distante
Histórias muito lindas, tenras o bastante
Para comover a alma de um poeta
Amante da vida e crente no amor
Ele tinha quase tudo
E eu quase nada
Tinha canções pra cantar
Eu não cantava nada
Porém ele quis um dia minha namorada
Então eu fui abraçado pela boemia
E fui desprezado até pela poesia
Minha companheira nos dias de amor
Só restou palavra adeus
Dizia era o fim da vida, era o fim do amor
Só restou a serenata e um violão
Que chorou baixinho e gemeu de dor
Ele tem agora tudo
E eu não tenho nada
Tem inclusive ao seu lado
A mulher amada
Que outrora já foi minha e me abandonou
Achando mais importante viver na luxúria
Que viver ao lado de um rapaz errante
Que na realidade foi quem mais amou
Só restou palavra adeus
Dizia era o fim da vida, era o fim do amor
Só restou a serenata e um violão
Que chorou baixinho e gemeu de dor