Cada clara, uma gema de grande problema
Que não dissolve absorvendo uma pena
Transparência longe ao alcance da trena
Mas eu não me surpreendo com qualquer morena
Apenas as de tamanho porte
Não há suporte que coloque a venda
Então não me comprometa
Pois não sou dono da chave de fenda
Nem responsável por qualquer emenda
Mas a favor da escolaridade da merenda
Todo dia uma muralha é derrubada
Não apenas em virtude da mulher amada
Antes e acima de tudo a unipotência (Jah)
Crença consciente na ideia já firmada
De que somos pretos na essência
E por isso a alma calejada
Se hoje luto por esse povo
É porque tenho os pulsos serrados
Ainda tratamos nossas mazelas
Daqueles troncos de tempos passados
Não somos o mártir, mas a resistência
E Afro-Brasilis é nossa ciência