Sou o velho tronco africano
Símbolo sagrado dentro da religião
Do meu olhar milenar
Vi erguer e ruir grandes civilizações
Me espantei vendo o clima mudar
O suor no deserto e os horrores da guerra
E a ganância sangrar e pilhar a nossa terra
Senti, uma dor tão pungente em meu coração
Ouvi, a tristeza ecoar no calor dos porões
Num lamento sentido, o grito oprimido dos bravos leões
Senhor ôô
O orgulho está no peito
Mesmo se não tem direito
Sobrevive ao opressor
Sangrando alimento a esperança no afã de voltar livre deste pavor
No luar de Mãe África
Brilha a luz da liberdade
A riqueza sem maldade
Faz a realidade ser fiel
Somos valentes, temos garra e muita fé
O povo negro é ungido de axé
Vivendo por dias de glórias e de paz
Com o saber dos griôs imortais
Inhaúma vai cantar com a Mocidade
Comunidade vem me abraçar
Sou o lendário Baobá da vida
Frondoso, relicário ancestral
Revelando a minha história
Vamos juntos pra vitória neste carnaval