Há muitos anos embarquei num sonho
Na primavera da infância querida
E na viagem metade da vida
Pelas esquinas do mundo ficou
Digladiei-me na arena da sorte
Com lutadores ladinos e bobos
E nos caminhos os bandos de lobos
Dilacerando quem os ajudou
Até que um dia cansado e sofrido
Espezinhado com tanta maldade
Num arco-íris de felicidade
Meu grande sonho se realizou
Chegando ao porto que tanto buscara
Deixei distante os meus dissabores
E hoje em dia me atiram flores
Quem no passado me apedrejou
Existem seres errantes no mundo
Levando na alma tamanho egoísmo
E vendo a gente a beira do abismo
Fazem de tudo pra nos derrubar
Mas percebendo que nós não caímos
E se subimos degraus decisivos
Vêm abraçar-nos com falsos sorrisos
Na esperança de nos enganar
Oh! mercenários, vergonha da Terra
Escariotes da humanidade
Tirem os mantos da perversidade
Para que possam a paz encontrar
E certamente não terão insônias
Nem a tristeza de um abandono
Se for sublime a noite de sono
Será divino o seu despertar
Peço desculpas aos reais amigos
Se em meus versos eu perco a calma
Mas isso é desabafo da alma
Não se ofendam companheiros meus
Eu me refiro a algumas tribos
De mente estreita e coração de aço
Por isso mesmo vivem no fracasso
Eu tenho pena desses fariseus
São invejosos e perseguidores
Irreverentes e materialistas
Aventureiros e falsos artistas
São traiçoeiros e talvez ateus
Pois saibam eles que se aqui cheguei
É porque guardo um grande tesouro
É que eu tenho amigos de ouro
E sobre tudo porque creio em Deus