O tempo à flor da pele trai a memória
E o que não se sentia mais agora vai
No esboço do retrato,
Castelo comprimido em um quarto,
Na voz estrangulada dos oprimidos e fracos
Sede detida que se esvai pra nunca mais
O sentido puro, indecifrável da arte
Vive oculto no espelho, na beleza de uma tarde
No sorriso de menino,
Nos sonhos perdidos dos desvalidos,
Nas cores de uma vida espalhadas na tela
No olhar ferido de um poeta que se vai
Que a luz de todas as manhãs do mundo
Inunde o coração do povo a vida, tudo
Que seja por inteiro, que seja para todos,
Luz, calor e um pouco
de som na madrugada espalhando no espaço
A clara certeza de quem faz a sua arte
Que a luz de todas as manhãs do mundo
Inunde o coração do povo a vida, tudo
Que seja por inteiro, que seja para todos,
Pão, amor e um pouco
de paz nesta cidade espalhando no espaço
A clara certeza de saber viver com arte