Polca
Lá vem vindo o cavaleiro da serra
E montado em seu bonito cavalo
Vem cortando as estradas e colinas
Vem molhado do sereno e orvalho.
Já cansado da viagem ele ouve
Quando ao longe muito triste canta um galo
Traz na mente a cicatriz da saudade
E no corpo a canseira do trabalho.
Quando ele grita com a boiada, uê, uê, uê, boi;
Reponde a peonada, uê, uê, boi..!
Num suspiro o soberbo cavaleiro
Ele conta ao seu amigo a sua vida
Na minha serra deixei grandes companheiros
Em serenata e também grande na lida.
Fosse só isso nada tinha que pensar
Pouco sentia de fazer minha partida
Que mais eu sinto, sinto tanto de deixar,
Naquela serra ficou a minha querida.
Seguindo viagem os dois amigos cavaleiros
Ainda diz pro companheiro sem maldade
De que vale este pingo estradeiro
De que vale neste mundo a liberdade.
Sei que hoje eu passo por estas terras
E amanhã eu estarei em outra cidade
Se eu pudesse eu voltava lá pra serra
Tenho amor, sinto dor, sinto saudade.