Reparo na estrada
De terra batida
Parece até um laço
Cinchando minha vida
Rumo ao infinito
Desde tua partida
Aves de rapina
Os dois olhos teus
Num vôo sereno
Pousaram nos meus
Sem voz, nem aceno
Na hora do adeus
O tranco do mouro
Pela tarde calma
Era mão divina
Mostrando na palma
Caminhos riscados
Pra judiar da alma
Eu sei que o estribo
Castiga quem monta
É armadilha pronta
Pra alçados recuerdos
Quem parte padece
Por não dar se dar conta
Que ele se oferece
Sempre ao pé esquerdo
Por isso eu garanto
Tua volta já é certa
Essa paixão guardada
É uma porteira aberta
Pra o nó da saudade
Qua a distância aperta
E ao repisar rastros
Na angústia do peito
Apearás do mouro
Com ar satisfeito
O chão pra quem chega
Dá-se ao pé direito
Dirás que por mim voltou
Acredito
Que o mundo machuca
Quem anda solito
É a maldição do estribo
Cumprindo seu rito
Eu sei que o estribo...