Havia um século na ponta do lápis
Não na que escreve?
Na que segura borrachas!
Vivo como quem vive a sua espera
Sem necessariamente viver como
quem vive a sua espera só
Às vezes, muito raramente, eu entro num supermercado
Tem dias que chove um bocado
Tem dias que eu passo calado, assim?
Vivo como quem vive a sua espera
Sem necessariamente viver como
quem vive a sua espera só
Tem dias em que não me acho
Uns dias eu vou ao teatro
Ou faço uma espécie de teatro dentro de mim
Tem dias em que eu nem me vejo
Acordo e saio tão apressado
Quem nem mesmo a minha sombra sabe me seguir
E até minha alma fica na cama, deitada
Sem perceber que eu saí