Paredes e quadros, relógio e espelho
Às vezes desejo uma palavra
Estatueta e beleza, a garrafa e o vinho, o pássaro e o ninho
Me dizem o quê? me explicam porquê
Cigarro e cinzeiro, relógio e espelho
Às vezes eu vejo inacabado
O cabelo ao vento, a chuva e o rio quando se corre tão frio
Me dizem o quê? desse imenso infinito
Ah, se meu sapato falasse
Ah, se esse mundo acabasse
Me diria numa fúria assim
O quanto te faço sofrer por um amor acabado e no fim
Objetos inúteis, olham e nunca falam nada
Me diz o que te faz chorar
Tudo bem mas não me olhe assim não
Woo, woowoo
Janela aberta, paisagem deserta entre quatro paredes
Somos você e eu, aqui e em qualquer lugar
Na direção desse olhar
Me dizendo o quê... me explicando porquê!
Ah, se meu sapato falasse
Ah, se esse mundo acabasse
Ah, se meu sapato falasse