Estranhos seus passos velozes
Amor, de que tu foges
Tu foges de ti mesmo
Tu foges do teu medo
Amor quem te persegue
Teus próprios labirintos
Tu mesmo é teu amigo
E o teu inimigo
Estranho é teu reflexo
Perplexa tua imagem
A ti não te conheces
Ou não te apresentaste
De ti mesmo não gostas
Ou mesmo já gostaste
Não há nenhuma resposta
Mas longe procuraste
Não sondas teus segredos
A ti não te confessas
A ti não te perguntas
Por ti nem te interessas
Não somam tuas conquistas
Mas pelo que te resta
Não entras pela porta
Só passas pelas frestas
Não têm marca as tuas rota
Pois não segues tuas setas
Não se sabe se tu voltas
Pois teu eu mesmo te cerca
Tua cabeça te prende
Tua memória te encoberta
Tua solidão te rende
Tua alma te deserta
Tuas decisões te vendem
Para um mundo de ofertas