Misericórdia pro rio de “janeura” não há nada de novo
Hoje queimaram mais um ônibus de novo
Pânico nas ruas
Angústia no peito do povo
Asfalto e morro pedem socorro em coro
Retaliação, justiça com as próprias mãos
Do governo fora aumento de salário nada mais se espera
Crianças as maiores baixas desta guerra
Sem ambulância pra salvar, desviaram a verba
Rio de janeiro urbano cheira a gasolina
Com boca de fumo e um botequim em cada esquina
Tem igreja sucursal como banca de jornal
Poder paralelo com imposto medieval
Proteção mineira, propinoduto, corrupção pra todo mundo ver
População que cresce com bebês sem o que comer
Idoso que morre na fila esperando se atender
Pra que?
Então,
Vai ver,
Qual será a solução?
Será que algum dia estender-se-ão as mãos?
Será que vamos poder todos juntos compreender,
Será, que vamos ver o que fazem comigo e contigo
Tá todo mundo separado era pra gente ta unido
Revolução no mal sentido
Rico rouba do pobre e a polícia aqui é um perigo
Involução no real sentido
Nesse mundo em que a felicidade é um comprimido
De valores invertidos, eu prefiro ser um louco varrido
Na megalópole a polícia é bandido
No rio de janeiro, cidade que eu sobrevivo
E vivo por um fio
Desigualdade e a ignorância eu desafio
Autores desta peça armada sem enredo...
Quem lucra com o medo?
Se acostuma-se com o barulho da bala desde cedo?
O globo gira, vacilão roda podicrer
Não precisa de satélite
Nem vê a noticia quando passar o vt na tv
Imagens editadas pra você ver a pior parte
Tempo real, transmissão digital, qualquer parte
Podem ser imagens até de marte
Adulterando as notícias
Aumentando o terror
Fazendo parte da milícia
A mídia quer alienar a mim e a você
Manipular o poder
Que está pra suposta elite continuar a enriquecer
Dividida,
Do popular e sua sabedoria
Que poderia salvar a vida em sociedade
Reciclando a divisão da economia
Revolução no mal sentido
Rio de “janeura” a cidade que eu sobrevivo
Quase toda a polícia é bandido
Nesse mundo em que a felicidade é um comprimido
De valores invertidos, eu prefiro ser um louco varrido
Safado tem mansão e menor dorme sem abrigo
Até na capital do país em que eu vivo e sobrevivo