Dos piores sentimentos, o amor é o rei.
Maldita cobra peçonhenta!
Que chega de leve e, sutilmente se entranha e se entrelaça,
No coração.
E quando menos se espera, ela ataca.
E com voracidade!
Que destrói, e consome, e se alimenta,
Da distância.
Que se fortalece, e que enlouquece,
E que se esquece da distância,
Na presença.
Que arrebata, e maltrata, e destrata, e amarra,
E ilude, e desilude, e felicita, e confunde,
Na constância.
E que cega e ensurdece, e estraga e apodrece,
E que difama, e desmente,
A razão.
Maldita razão!
Que entende, mas não aceita, e desacredita e rejeita,
A capacidade humana do coração.
Triste coração,
Que entristece, e se enfurece, e paralisa, e analisa,
Que não há mais saída.
E se maltrata, e se mata, e sangra e morre,
E se não morre.
Mata o outro que foi afetado,
Para sobreviver.
Sobrevivência da maldita cobra,
Que não morre e deixa lembranças,
Que se lembra e novamente ataca,
Os corações desprotegidos,
Que ainda acreditam,
Que mente, alma e corpo são um só.