A clausura dos condomínios e das grades de ferro
Revelam a calamidade urbana de subcidades “privadas”
Nomadismo involuntário, exército de reserva
As mãos calejadas dos candangos empreendedores
Erguem os monumentos ultrajados
Palácios que pronunciam a sua sentença:
- I N V A S O R E S
- A P A R T H E I D !!!
Homens e mulheres incompatíveis
Expulsos do campo a ferro e chumbo
“Cidadãos de 2ª categoria” desterritorializados
Criam sociedades paralelas.
A arquitetura ideológica é o pano de fundo
O pano que oculta e esmorece
A sede de vingança e derriba a alforria.
Ateamos lenha na lareira que nos consome...
Longe de todos, mas ainda comprando.
Criam classes afastando-as dos centros,
O vírus cala, à repressão, todas as vozes que se levantam,
Fluxo urbano friamente controlado,
A resposta está em apenas duas palavras:
- I N V A S O R E S
- A P A R T H E I D !!!
Linhas invisíveis são traçadas...
Vergonha, medo, indiferença.
Brotam no solo aglomerados de madeira
Tão distantes do ideal de felicidade
Estampado no outdoor,
Muros e grades, mantém as “vítimas”
Em seus confortáveis cativeiros.
A paz existe somente quando projetada
Pelo canhão a cores.
Segregação urbana, barbárie declarada,
Isolar por temer.