Como é bonita
A serração na cordilheira
Barulho de cachoeira
Espalhando no sertão
A voz do vento
Sobre o palco da campina
A lua cheia, luz divina
Que clareia o nosso chão
As folhas secas
O vento vai arrastando
Os passarinhos cantando
Numa festa de alegria
Lá nas quebradas
Canta o rei do terreiro
Avisando ao cancioneiro
Que vem vindo novo dia
Já não demora
O caboclo está de pé
Toma logo o seu café
E vai cuidar da plantação
Cheio de fé
Aquele humilde lavrador
Vai pedindo ao Criador
Pra não deixar faltar o pão
Em pouco tempo
Vê o milho embonecando
O arroz já cacheando
O feijoal enflorescendo
Neste momento
O lavrador tira o chapéu
De mãos postas para o céu
A Deus vai agradecendo
Muito obrigado
Meu bom Deus Onipotente
Fez brotar toda a semente
Que o caboclo semeou
Porque a chuva
Que surgiu atrás da serra
Caiu no seio da terra
Por ordem do Criador
E o caboclo
Vendo o sertão colorido
Ele fica agradecido
Com tudo que Deus lhe dá
Faz uma prece
Com amor e devoção
Pra que nunca falte o pão
Na mesa do nosso lar