Levantei cedo na estância
Dei de mão nos apetrechos
Mandei buscar um bagual
Redomão duro de queixo
Era um zaino malaraca
Crinudo curto de lombo
E eu que não sou assustado
Nem tenho medo de tombo
Ajeitei às garroneiras
E um relho de trança fina
Não vai ser esse aporreado
Que vai mudar minha sina
Entre relincho e corcovo
Sentei a espora no guacho
Por entre o céu e a terra
O mundo se veio abaixo
Tirei as coscas do zaino
Gineteando campo a fora
Que deixou loncas de couro
Nas rosetas das esporas
Abaixo de judiaria
Fiz do zaino redomão
Cavalo de toda fiança
Montaria de patrão
Mais de légua corcoveando
Parecia um temporal
Desde a virilha ao sovaco
Fui costurando o bagual
Hora e meia campo a fora
Bufando e dando pinote
Voltamos rumo da estância
O bagual campeando o trote
Cansado de judiaria
Entregou se o zaino alçado
Deixei manso ao meu contento
Pronto pra lidar com o gado
Bom de pata e bom de rédea
Pingo bueno prós arreios
Cavalo de toda lida
De carreirada e rodeio