Uma vez mais no coração da quebra
Tentando enxergar outro lugar além da guerra
A sombra da maldade e um ferro sempre a mão
Não vale nada contra um pá na traição
Sou mais a oração nos lábios a canção
Naquele pique pra chegar na hora do busão
A morte brilha no sorriso não provoque o louco
Eu tô nas pistas da quebrada liso e cuidadoso
Vou te falar que treta é foda tira o sono
A quem abraça idéia errada por engano
Dentro de um limite vale tudo por um sonho
Sem desespero dar de testa com estanho
A giria muda, muda a geração
Só não muda o processo de transformação
Ser sujeito homem não é fácil não
Desde a maternidade ao fim da missão
Talvez sua pessoa até se cobra demais
E não se entrega nunca nas casinhas mortais
Entre os arranhões várias humilhações, antipatias, perseguições
Acho que ninguém queria se pegar viciado
Independente se é no álcool ou baseado
Mas você nasceu no gueto, não tô passando pano
É que essa porra vinha errado desde antes mano
As volta prum ladrão traficantes operários
Nós somos a mistura de malandros e otários
Malcon X relatou que a vida engana os mais espertos
A doença deu lugar a figura de um espectro
A nova geração tirando a velha bandidagem
Lá se foi seu tempo de malandragem
Quem hoje arrasta o pé teve o vulgo de uma fera
Se não é Jesus o homem se interna
Faz muito tempo que eu não tinha uma vida tão boa
(no coração da quebra)
Pra te falar toda a verdade desde o dia em que eu nasci
(no coração da quebra)
Faz muito tempo que eu não tinha uma vida tão boa
(idéia de mil grau)
Pra te falar toda a verdade desde o dia em que eu nasci
Filha da Bahia, Itapetinga, tosse forte, broncopneumonia
Uma par de olhos fundos no rosto negro e magro
Não é fumante nunca deu um trago
Sente dor ao ver a dor dos outros
Chora o filho da irmã que foi morto
Canta no coral da inpentecostal
No circulo de oração foi fiel até o final
Abençoando nunca mal dizendo
E jamais blasfemando mesmo sofrendo
Um filho especial de mente retardada
Foi internado ela não pode fazer nada
O mais velho sou eu rapaz isso mesmo
Caro rapaz fez ela pagar veneno
Quase todo crente tem um fí que perde a linha
Isso aconteceu também com a dona Neinha
Atravessando de São Paulo a Bahia
Aquele fí que os dedo mole queria
Com 49 ela se foi eu fiquei
Vou pagar de malandrão pra quem
No coração da quebra a cena é repetida
Ao redor dos mano Psico catequiza
Girias atuais, armas vão além
As mesmas ambições, o mesmo vai e vem
Quem sou pra se meter com a vida de alguém
Deixa o rei tempo mostrar quem é quem
Pode até bater sujeita com meus argumentos
Não tenho a intenção de agradar cem por cento
Só de pensar em crime sua alma já tá dentro
A mente ocupada melhora seus pensamentos
Você pode voar ir além acredite
Pode se tornar menos confuso e menos triste
E até mesmo superar a dificuldade da vergonha
De ser você mesmo essa pessoa estranha
É esse rosto mesmo que vai te acompanhar
Até envelhecer melhor se acostumar
Errou, errou passou não vai voltar
Só depende de você se animar e caminhar
Tentando enxergar outro lugar além da guerra
Mesmo quase louco em qualquer favela
Faz muito tempo que eu não tinha uma vida tão boa
(no coração da quebra)
Pra te falar toda a verdade desde o dia em que eu nasci
(no coração da quebra)
Faz muito tempo que eu não tinha uma vida tão boa
(idéia de mil grau)
Pra te falar toda a verdade desde o dia em que eu nasci