Ali vem um destes tauras
Que no calor da refrega
Forjou-se sobre o cavalo
Teve a pampa por escola
A lança, espada e a pistola
E um tino para guiá-lo
Não sendo dono da terra
Peleara como se fosse
O senhor das sesmarias
Esquartejando horizontes
Redesenhou mil confrontes
Nas épocas mais bravias
(E vai, essa rude estampa
Mescla de raiva e carinho
Pra furar, abrindo caminho
Que a liberdade é o chamado
Que a liberdade é o chamado)
Num ajuste fraticida
De contas que nem são suas
Verdades galopam nuas
Baque sendo esporeado
Vai ser um diacho, adiante
Talvez a morte levante
Num flanco de um descampado
Com sorte, sobra-lhe a vida
E as cicatrizes sortidas
De um direito conquistado
E do desenho cruento
Que reste ao tempo, e ao vento
Lições pra se repensar
Quem sabe o futuro entenda
Que se resolvam contendas
Noutras formas de pelear
Quem sabe o futuro entenda
Que se resolvam contendas
Noutras formas de pelear
(E vai, essa rude estampa
Mescla de raiva e carinho
Pra furar, abrindo caminho
Que a liberdade é o chamado
Que a liberdade é o chamado)