Relembro a querência, o canto dos galos
Tropéis de cavalos e o berro do gado
Vivendo distante aqui na cidade
Mateio a saudade do pago abençoado
Trago nas retinas a imagem do campo
Vejo pirilampos na terra xirua!
E o brilho da lua que solene acampa
No ermo da pampa na noite charrua
São ânsias campeiras que guardo comigo
E quando me abrigo no galpão povoeiro
A luz do candeeiro ascende a contento
Recuerdos de um tempo no peito campeiro
No exílio urbano em que vivo agora!
Não tenho as auroras clareando meu chão
Cambona e tição, arreio e pelego
E o terno sossego da paz no galpão
Resta-me somente despojar as penas
E nas cantilenas viver liberdade
Então volto os olhos pra os lados do pago
E sorvo o amargo pra adoçar saudades