Sempre achei mal empregado
Esse nome que ela tem
Deram-lhe nome de santa
E eu nunca vi essa mulher fazer o bem
Teve riqueza e beleza à serviço da maldade
Hoje vive na pobreza
Estendendo a mão à caridade
Maria foi uva que virou bagaço
Prenúncio de glória que virou fracasso
Coitada da Maria Imaculada
Tirando o nome não se aproveita nada
BOÊMIO FRACASSADO
(Hélio Cabral)
Quero morrer cantando
Não quero ver ninguém chorar
Sou um boêmio fracassado
Canto para me desabafar
Fiz essa melodia
Para que todos se lembrem de mim
Vou fingindo-me contente
Sempre sorridente até chegar meu fim
Adeus orgia, adeus madrugada
Adeus companheiros de noitada
Oh! Lua prateada
Leva o derradeiro beijo à minha amada
SEMENTE DO SAMBA
(Hélio Cabral)
Mangueira tem um grande plantio de bamba
Que dá o fruto que chamamos samba
Saboroso e faz um bem
Eis a razão porque de ano para ano
A sua estação primeira evolui
O samba nasce da semente
E a semente do samba só a mangueira possui
Sirva-se à vontade a mangueira é anfritiã
Quem lhe convida é a grande campeã
Mangueira não pode parar
Mangueira não pode falhar
Mangueira faz hoje o sambista de amanhã