Quem sabe um dia entre pousos e cruzadas
Acenda um naco de luz com os olhos puros
Que apeie o peito num ranchito bem montado
E casereie comigo um amor maduro
Dos corredores dos esteios do meu rancho
E da baeta uma dura moradia
Nem a saudade me acompanha neste passo
Carrego a sorte, o horizonte a montaria
Quem sabe um dia
Que eu me encontre na volteada
Me surpreenda com uma flor numa janela
E na garupa me acompanhe pela estrada
Pra vida inteira adormecer nos braços dela
Já tive em sonho o bem que espero paciente
Sinto até o gosto dum mate tomado a dois
Um lábio quente de ternura e de carinho
Se fez afago pra quem espera o depois
Quem sabe a vida atenda o meu anseio
Já que a espera é um cerne que se mantém
Quero um amor que se perdure pelos anos
E erguer um rancho na companhia de alguém