O teatro revive dos atores, do tablado, do público e de uma paixão entre eles. E eu amo os atores, atrizes e o público por este poder. E quero morrer neste palco, onde se dá essa viva alquimia. E peço mais. Quando meu corpo descer a terra, minha alma não suba aos céus. Fique aqui, perambulando por essas cortinas, sentado em uma dessas cadeiras, fazendo estalar o assoalho quando meu espírito passar sobre ele até o final dos tempos. E no fim do fim, meu Deus, que eu saia daqui direto para o seu seio. Se é que estando no palco, já não estarei nele.
Quase nada é preciso
Para que ele exista
Onde e quando podem estar
Não há tempo nem lugar
Pode acontecer mesmo
Sem ter o show beleza
E criar-se do banal
Sem ter nada especial
Faz muito tempo que dizem
Que ele um dia vai morrer... Morrer
Mas insistente ele teima
Sempre em sobreviver
A magia que ele cria
Logo esmaece
Feito bolha de sabão
Breve e intenso qual paixão
Nos prova lágrimas e risos
Nos encanta
Dá-nos o prazer e a dor
Nos faz ter ódio e amor
Ele prescinde de trajes,
De cenário, luz e cor... E cor
Mas não consegue viver
Sem o auxílio do ator
Mas não consegue viver
Sem o auxílio do ator
Vive o teatro, vive!
Vive do nosso amor
Vive o teatro, vive!
Enquanto houver o ator
Viva o teatro, viva!
Sobe o pano outra vez
Viva o teatro, viva!
Do aplauso de vocês
Do aplauco de vocês