Eu boto fé naquilo que me pertence
Sou um peao riograndence
Criado com pouco luxo
E sendo assim
Meu trabalho é minha crença
A palavra uma centença
Que brota deste gaucho
Eu boto fé na jente da minha raça
Que na hora da fumaça
Fica pegando parelho
Gosto do galo
Que morre e nao pede tregua
E do nó cola de égua
Feito num lenço vermelho
Refrao
Eu boto fé
Nas cinco armas que trago
Num violao desbotado
E as quatro patas do pingo
Com esses municios
Sempre me sobra um cambichos
Campeando pelos bolichos
No entardecer de domingo
Eu boto fé no meu braço de campeiro
E no jeitao altaneiro
Embora sendo indio pobre
O meu conceito de viver com galhardia
Sem deixar que a espinha dobre
Eu boto fé na velha cruz de lorena
E nas auroras morenas
Trazendo o fim dessas guerras
Tambem locrei
Que um dia eu encontrarei
Aqueles que tanto amei
E se bandiaram da terra
Refrao
Eu boto..................