Voltei a velha querência que vivi em minha infância
Levando no peito a ânsia de encontrar o que deixei
O gado não avistei e nem a velha morada
Só a porteira fechada no corredor encontrei
O rancho virou tapera e hoje não se vê mais
A varanda em que meus pais descansavam após a lida
Tudo termina na vida hoje morre a esperança
De reencontrar minha infância a muito tempo esquecida
A porteira que em outros tempos eu passava com alegria
Fui eu que fechei no dia que deixei o meu rincão
Fechou a recordação e um pedaço do passado
Que ficou em mim guardado no fundo do coração
Não pude entrar na porteira nem pisar naquele chão
Veio na imaginação as lembranças do passado
Quando eu tocava o gado para dentro da mangueira
Num cavalo de madeira que domei do meu agrado
A imagem passou correndo dentro do meu pensamento
Pois eram tantos momentos que inda tinha guardado
Ficaram ali trancado com o cadeado da porteira
Que ainda em sua madeira trás o meu nome gravado